DÍLI, 3/08/2017 (FDCH) A Secretária Executiva Interina do FDCH, a Sr.ª Leila ML Carceres dos Santos, acompanhada pelo Coordenador do Gabinete do Plano, Pesquisa e Verificação (GAPPEFIV), o  Sr. Paulo Miguel Vila Nova dos Santos, e da Consultora Técnica do Secretariado do FDCH, a Sra. Ana Paula dos Santos, assim como o Ministro da Educação, o Sr. António da Conceição, acompanhado pela sua equipa, reuniram com o Primeiro-Ministro, Dr. Rui Maria de Araújo, com o objetivo de o informar relativamente à situação dos 43 bolseiros timorenses que se encontram a estudar em Cabo-Verde.

O encontro decorreu na sala de reuniões do Palácio do Governo e iniciou-se com a apresentação de um relatório relativo à situação enfrentada pelos referidos bolseiros, o qual foi realizado por uma equipa de investigadores composta por elementos do ME, FDCH e instituições relevantes, constituindo o resultado da investigação realizada no país de destino do referido grupo de bolseiros timorenses.

«Aquando do trabalho da equipa de investigação, verificou-se que 20 estudantes queriam continuar a viver naquele país para estudar e que 23 queriam regressar. Contudo, recentemente, 3 daqueles que tinham decidido regressar voltaram atrás na sua opinião, decidindo permanecer em Cabo Verde, querendo isto dizer, portanto, que 23 desejam permanecer e 20 consideram melhor voltar para Timor-Leste», explicou o Ministro da Educação, o Sr. António da Conceição.

Após a apresentação do relatório de investigação, o Ministro António da Conceição acrescentou que o Primeiro-Ministro Rui Maria de Araújo solicitou que fosse concedido mais algum tempo aos bolseiros, entre uma a duas semanas, para tomarem a sua última decisão relativamente a continuar em Cabo-Verde ou a voltar.

«Por enquanto, a situação dos estudantes ficará em pausa, oferecendo-se mais uma a duas semanas para que os mesmos reflictam melhor sobre a situação e decidam, então, se querem voltar ou se preferem permanecer e continuar os seus estudos em Cabo-Verde», acrescentou o Ministro da Educação.

Uma alternativa é destacar um funcionário para se deslocar a Cabo Verde para acompanhar e observar os bolseiros até ao mês de dezembro para se poder perceber se os estudantes querem permanecer ou se querem, de facto, voltar.

O Ministro da Educação acrescentou ainda que, segundo o Primeiro-Ministro, será já o próximo Governo que tomará medidas quanto a este assunto.

«Na opinião do Senhor Primeiro Ministro, uma vez que os estudantes são detentores de um contrato que os vincula a uma instituição de ensino em Cabo-Verde, a partir do momento em que não pretendam seguir os seus estudos nessa instituição, deverão voltar imediatamente para Timor. Depois de cá estarem é que poderão submeter-se novamente a um novo concurso para ir para Portugal ou para o Brasil, dependendo das oportunidades que existam», acrescenta o Ministro da Educação.

O problema em causa prende-se com a falta de segurança sentida pelos bolseiros para continuarem os seus estudos em Cabo Verde desde que foram vítimas de um assalto por parte de cidadãos cabo-verdianos, tendo, por essa razão, pedido para saírem do país em causa e prosseguirem os seus estudos num outro país ou para voltar para Timor-Leste.

«Os seus motivos assentam, em primeiro lugar, nos pagamentos atrasados – facto que se confirma, pois temos esse problema em mãos no momento; em segundo lugar, argumentam que o sistema de saúde onde se encontram não é de qualidade, contudo esta é uma questão normal que se verifica em todos os lados; em terceiro lugar, apontam questões de segurança pessoal, sentindo-se sob ameaça. No entanto, depois da nossa equipa se deslocar ao país em causa para analisar e verificar estas situações, justificando-se, eventualmente, aquilo que nos pediam os estudantes, concluímos, na verdade, que existem as condições necessárias para lá viverem, pois se nunca existiu qualquer guerra neste país; não existe qualquer ameaça à sua estadia em termos de segurança», afirmou o Ministro da Educação António da Conceição.

A maioria destes bolseiros estudam na área do ensino, de acordo com o contrato celebrado com o Governo de Timor-Leste antes da sua partida para irem estudar para fora. (Media-FDCH)

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